10 de nov. de 2009

O Eterno Retorno - Friedrich Nietzsche

Durante o período em que Nietzsche adotou uma vida errante, a força de suas idéias passou a adquirir um significado ligado a um universo formado por vivências singulares. Acostumado a fazer longas caminhadas, acreditava que o pensamento precisava de grande fôlego para respirar. Assim que, caminhando pelos Alpes suiços em direção a Silva-Plana, fixou o olhar sobre um rochedo piramidal e foi tomado por um êxtase incomum. Ocorreu-lu então a visão do eterno retorno.Com ela, o filósofo esboçou uma curiosa concepção cosmológica. Sem finalidades a cumprir, as forças que compoem o universo, embora múltiplas, seriam finitas em termos das possíveis combinações entre si. Sem começo nem fim, o mundo seria, além disso, eterno. Assim, num tempo ilimitado, os estados porque passa o mundo se repetiriam. Não são pequenas as implicações existenciais dessa hipótese global de interpretação. Aceitar que tudo retorna sem cessar e que nenhum desígnio divino irá salvar o homem da condição aleatória de sua finitude implica afirmar tudo o que ocorre, celebrando a vida no que ela tem de mais doce, mas também de mais terrível.

Filósofo Fernando de Morais Barros, DSc - Texto retirando na íntegra da revista Discutindo Filosofia nº 1.

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